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"Uma Tartaruga Chamada Dostoievsky" de F.Arrabal. Brasil



(collage de Jordi Soler)
"Uma Tartaruga Chamada Dostoievsky"
DE F.ARRABAL
[Wilson Coelho]
Miguel Anunciação - Crítico/Espetáculos -


DIVULGAÇÃO ERNANI SARAIVA

'Uma Tartaruga Chamada Dostoievsky': montagem sucede ‘Quixote’, sucesso de público e crítica
Além de vencer o Prêmio Sinparc de Melhor Bilheteria da temporada teatral de 2008, de várias indicações em outros categorias, das apresentações que cumpriu em diversos festivais de Minas e de outros Estados, "Quixote" completou dois anos em repertório, demandando muito trabalho à Cia 4com Palito. É o que se costuma chamar de reconhecimento de público e crítica, a parte mais animadora para quem lida com os desgastes do teatro. Em algum momento, porém, é hora de retornar à criação. E assim "Uma Tartaruga Chamada Dostoievsky" chega ao cartaz, em rápida temporada, que segue de sexta (14) a domingo (16), no Teatro Oi Futuro/Klauss Vianna.
Dirigidos por Júlio Vianna, Denise Dalânides , Roberson Domingues e Amanda Melo interpretam o enredo do espanhol Fernando Arrabal, em que um jovem casal, em visita ao zoológico, é atacado por uma tartaruga gigante. Depois de engolido, o marido passa a contar para sua esposa e a uma funcionária do zoo "como é a vida dentro do animal, suas diferentes perspectivas e seu novo jeito de olhar o mundo".
Obviamente cômico, crítico, o texto teria pretensões políticas, que o grupo achou por bem "tomar certas liberdades e acrescentar algumas coisas". E até porque é ambientado na Europa e no pós-Segunda Guerra, pareceu um tanto datado, o que motivou as intervenções. Ao longo de três montagens e quase dez anos de trajetória, a 4com Palito se pautou por atribuir relevância às contribuições que seus membros e parceiros técnicos tenham a propor. E assim ocorreu nos 13 meses de ensaios deste novo trabalho.
"A gente se acostumou a acatar, até com bastante fervor, as ideias que surgem, inclusive durante as sessões de improviso dos atores, e as opiniões de quem trabalha conosco. Nesta montagem tivemos o Pedro Durães e o Enedson Gomes na luz. Mais que agregados, são parceiros que quase efetivos", credita Júlio, frisando que a companhia buscava um texto já pronto do gênero Teatro do Absurdo - lera antes Eugene Ionesco, Beckett e Jean Genet -, quando o diretor capixaba Wilson Coelho, amigo e estudioso de Arrabal, sugeriu a Tartaruga.
http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/divers-o/cia-4com-palito-volta-com-enredo-comico-de-arrabal-1.226618